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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Aldo quer mudanças no futebol e pensa em plano para segurar jovens

Globoesporte.com
Por Alexandre Alliatti e Vicente Seda

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, entrou na onda de sentimentos de que o futebol brasileiro precisa mudar. Nesta segunda-feira, em cerimônia oficial de balanço da Copa do Mundo no Maracanã, o representante do governo comentou a derrota para a Alemanha, que tratou como “tragédia futebolística”, e afirmou que o futebol brasileiro precisa ser repensado.

- Quero registrar uma palavra de carinho com minha seleção, também colhida por certa tragédia futebolística. Não estamos acostumados a placares tão elásticos. Mesmo a Alemanha já levou oito em uma Copa. Nós não estávamos habituados. Nossos jogadores e torcedores sentem muito isso, mas o futebol não é o reino da justiça: é o reino da emoção. Nossa Seleção era a que mais precisava desse título, porque jogava em casa; talvez a Argentina fosse a que mais quisesse; talvez a Holanda merecesse ir para a final. Mas a Alemanha soube ganhar seus jogos. Tivemos um grande clássico, que honrou o futebol mundial. O Brasil precisa repensar o que fazer, para se recuperar e se preparar para a copa de 2018, na Rússia – disse ele.

Aldo sugeriu que um dos principais problemas a ser corrigido é a saída precoce de jogadores do Brasil. Ele deu sinais de que o governo pretende agir para evitar aquilo que ele chama de "colonialismo futebolístico".

- Quando acontece uma pequena tragédia futebolística, que acho que foi mais um acidente, que se jogarmos 100 vezes não vai se repetir, as pessoas surgem com sugestões fáceis, rápidas. É preciso agir com prudência para encontrar caminhos para melhorar nosso futebol. Há problemas sérios. Conversei com o treinador da seleção de base da seleção, e ele disse que precisa observar os jogadores da seleção sub-15 na Europa. Nossa legislação impede que essas crianças sejam tratadas profissionalmente. Não podem permanecer nos departamentos dos clubes e vão para a Europa em busca de condições melhores oferecidas aos pais. A Fifa proibiu transferências de menores de 18 anos, mas os clubes contratam os pais dos jogadores, e você não pode proibir que o filho acompanhe o pai. É um colonialismo futebolístico exercido pelos clubes ricos da Europa na sua relação com a fragilidade dos clubes sul-americanos e africanos. O governo tem consciência desse desafio. Há uma vedação constitucional, porque o esporte é tratado como coisa privada, mas vamos procurar defender o interesse nacional preservando a autonomia das entidades.

Após a fala do ministro, o secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, entrou no assunto e disse que o órgão já trabalha para combater transferências de atletas menores de idade.

- Como sabemos que existem abusos, cada transferência sub-18 precisa ser aprovada por um subcomitê. É um grande número. Milhares. Muitas não foram aprovadas, porque é uma tentativa de uso da família. Estamos batalhando para garantir que não exista escravidão de crianças pelo mundo.

Cobras recolhidas

Aldo Rebelo ironizou reportagens da imprensa internacional, com relatos exagerados sobre o que os turistas poderiam encontrar em cidades como Manaus.

- Agradeço mesmo àqueles que duvidavam de nossa capacidade. Em Manaus, as cobras se recolheram, nenhum cachorro louco mordeu turista algum.

Na visão do ministro, a maior conquista para o país, após o Mundial, pode ser a boa imagem deixada pelo país – e a possibilidade de que os turistas retornem ao país.

- Somos um povo mestiço no sangue. Para nós, ninguém é estranho. É como se fosse um de nós também. Todos os turistas e jornalistas partirão do país com essa marca, essa lembrança, essa memória, essa emoção. E que sintam vontade de retornar é o maior presente que podem nos deixar.

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